O especialista detalhou o mega empreendimento, com as perspectivas de investimentos e impactos e, após a palestra, se colocou à disposição para o debate. A prefeita destacou que foi a oportunidade para a sociedade civil organizada conhecer a grandeza do projeto, que representa a “redenção econômica da região”.
― Grandes empresários demoram a decidir pelo investimento mas, depois de decidido, querem urgência na contratação de mão de obra. Por motivos políticos, a Petrobras foi levada para Macaé, atraindo para aquele município as empresas do setor. A população de Macaé não estava capacitada e não foi empregada. Agora, com o Porto do Açu, a região norte está ressurgindo. O crescimento econômico é real e verificamos a iniciativa privada investindo pesado em Campos. As empresas da cadeia produtiva vão se instalar e Campos se apresenta como polo. Vamos precisar de mais vagas em escolas, universidades, hospitais. A demanda será enorme e daí nossa preocupação com algumas questões, como por exemplo, a de como fazer parcerias para promover a qualificação dos habitantes daqui, para haver responsabilidade social. Fala-se do crescimento da região e queremos participar, acompanhar os projetos e apontar o que é possível e o que não é ― , falou Rosinha.
A preocupação da prefeita tem base em indicativos, como do IBGE, que já apresenta um crescimento populacional em Campos e São João da Barra em detrimento do esvaziamento de outros municípios da região: “Empresas da cadeia produtiva do Porto do Açu se instalarão no entorno e Campos é o polo da região. Temos a promessa de Eike Batista para, juntos, qualificarmos mão de obra. Por sinal, esse é o primeiro pedido que faço aos empresários que vêm instalar suas firmas em Campos: que qualifiquem os campistas para serem empregados nelas”.
Falando como representante do Fórum Interinstitucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos (Fidesc), Ana Lúcia Boynard falou da necessidade de trabalhar a qualificação tendo em vista que “o mercador contratador diz não existir mão de obra qualificada”. “Temos duas preocupações principais: uma territorial, que demanda a revisão do Plano Diretor; e outra relacionada à mão de obra, pois a lógica do capital é “estou aqui e preciso disso” e, assim, quem estiver pronto será inserido. Campos será o maior vitimado e é impossível atender sozinho a toda demanda de educação, saúde etc. É preciso trazer os outros municípios atingidos para essa discussão”.
O conselheiro Almy Júnior, reitor da Uenf, também manifestou a preocupação: “Temos notícias da geração de cerca de 50 mil empregos e nenhuma instituição de ensino de Campos está preparada para conseguir formar essa mão de obra. O Comudes tem um desafio enorme de discutir essa questão, que vai demandar a participação dos governos municipal e estadual, porque nosso problema hoje não é só a qualificação da mão de obra, mas a qualificação dos qualificadores que vão formar esse mão de obra”, falou o reitor, que teve o discurso reforçado pelo colega de conselho, o presidente da Fundenor, José Carlos Menezes, que solicitou que, dentro desse fomento, parte dos recursos sejam destinados à qualificação para áreas rurais, para evitar a evasão do campo.
Projeto de capacitação em discussão dia 6 - Como resposta às solicitações e questionamentos da prefeita e conselheiros relacionados aos investimentos do Porto do Açu, Da Llorta disse que todo o projeto será discutido junto ao governo e à sociedade e sugeriu uma reunião com especialistas do Departamento de Responsabilidade Social e Gestão Integrada da LLX, para melhor detalhamento da questão. Ficou previamente agendada uma reunião no próximo dia 6, no gabinete da prefeita Rosinha Garotinho, onde um projeto de capacitação encaminhado ao Grupo EBX será debatido.
O Conselho foi implantado com a finalidade de unir governo e sociedade civil organizada na discussão das medidas que assegurem o crescimento do município. Na oportunidade, foram discutidos temas como desenvolvimento regional com a instalação do Complexo Industrial do Açu, alteração do plano-diretor do município e qualificação de profissionais.Na abertura da reunião, Valdir Da Llorto apresentou um vídeo sobre o grupo EBX - investimentos, projetos e parcerias estratégicas com empresas. O diretor comercial da LLX destacou o Porto do Açu como o maior comércio porto-indústria da América Latina. “O grupo EBX está preocupado com o crescimento sustentável do país. O porto do Açu é o mais próximo da Bacia de Campos”, explicou Valdir Dallorto.
- Uma empresa se instala na região após um longo período de pesquisas. Se grandes empresas estão vindo para a nossa cidade, como Carrefour, Walmart, Hotéis Barra Flat, nos permite afirmar que está havendo um crescimento significativo na região. Precisamos qualificar os profissionais para o trabalho, através de cursos e capacitações – destacou a prefeita Rosinha Garotinho.
Na ocasião, estavam presentes o vice-prefeito Doutor Chicão, o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Nelson Nahim, membros de conselhos municipais, representantes do governo, entre outras autoridades. Mais detalhes sobre a reunião, daqui a pouco.
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